Quando comecei a reler a obra Oração aos Moços (Barbosa, Rui, meados 1920) obra que havia lido muitas e muitas vezes, mais uma vez me surpreendi!
Desta vez foi diferente, quando realizei que já havia eu dobrado o cabo do meio século, passei a ler, com outro sentido, mais entristecido, muito mais cético, as palavras do mestre das palavras.
Disse ele, apenas nos dois primeiros parágrafos:
Em verdade vos digo, jovens amigos meus, que o coincidir desta existência declinante com essas carreiras nascentes agora, o seu coincidir num ponto de intersecção tão magnificamente celebrado, era mais do que eu mereceria; e, negando−me a divina bondade um momento de tamanha ventura, não me negou senão o a que eu não devia ter tido a inconsciência de aspirar.”
Se qualquer professor, nos dias de hoje, ou em todos os que estarão ainda por vir, escolhesse essas palavras para dirigir-se à turma, pergunto-me, qual seria a reação ?
E esses foram só os dois primeiros parágrafos …